"Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei" (Salmo 91)

12 de janeiro de 2016

Que horas ela volta

Há algum tempo tive o prazer de assistir esse filme no cinema ainda em São Paulo, e como ontem ele passou na TV aberta o revi. No dia que assisti me deu uma forte vontade de escrever no blog, mas fui deixando essa vontade para depois ate que passou. Ontem ao ver ele novamente agora em um ambiente completamente diferente da primeira vez, em casa deitado no sofá me veio todas as lembranças e o desconforto que senti no dia do cinema então resolvi escrever...

No dia que fomos assistir (eu e uma turma de novos amigos de SP) pegamos a ultima sessão do Cine, o que não vem ao caso afinal o tema principal da postagem não é esse e sim o filme e minhas impressões daquele dia que e eu particularmente achei ele MARAVILHOSO, de uma poesia, uma simplicidade que cativa, e sobre a fotografia impecável! O que me incomodou no filme não foi o roteiro que por sinal é magnifico, nem os atores que sinceramente me surpreenderam, mas o que foi desconfortável pra mim foram ás pessoas que assistiam, eu estava ali vendo um drama, não um dramalhão daqueles que se chora do começo ao fim, mas um drama que varias pessoas que saem do nordeste, digo, não só aqui do nordeste mas de Minas, Para, e tantas outros lugares que vão para São Paulo em busca de algo “melhor” e não conseguem voltar pra casa ou que esse “melhor” não é tão bom quanto eles desejavam.


Ai me pergunto: Será quantos no meio daquela plateia não tiveram algum parente que veio antes para só depois de juntar um dinheirinho chamar a família, ou se colocaram na posição de subserviência para a família do patrão, quantas mães que eram empregadas domesticas não sabiam separar “o que era de Fabinho” e o que era dos filhos dela, ou as patroas que mesmo dizendo “você é como se fosse da família” mesmo assim não permite que a empregada saia da “senzala da casa” ou quantos Fabinhos não estavam em casa com a Babá para que as mães estivessem ali no cinema. Enquanto a maioria das pessoas riam do jeito da empregada que fazia de tudo pra agradar os patrões e mostrar para a filha onde era “lugar dela”, Eu me sentia desconfortável por saber que tantas “Val” ainda tão por ai na mesma situação. Vamos parar de tanta hipocrisia em achar que isso é só historia de cinema, por isso que o filme é bom porque em meios aqueles sorrisos deve haver uma vergonhosa identificação.