Ontem vi um pôr-do-sol, nunca mais tinha parado para assistir esse espetáculo da natureza, vi as primeiras luzes dos postes ascenderem e as primeiras estrelas aparecerem nas minhas costas o degrade de cores: vermelho, laranja, amarelo não sei onde mas se misturava ate o azul da noite.
Foi um pôr-do-sol solitário quando dei por mim já estava em cima da hora, subi o mais rápido que pude ao ponto mais alto, ate onde meu medo foi. Após um cochicho no ouvido e um “NÃO” como resposta, simplesmente um copo de vinho. Quando cheguei lá o sol já tinha ido embora, fiquei a contemplar o seu rastro de luz e sua lembrança quente desses primeiros dias de setembro. Fiquei fazendo planos encimas das lembranças que se foram das ultimas tardes quentes esperando que meu amor cheque logo, gosto de vinho se misturava com raiva ou medo um leve gosto de canela na boca.
Vi a fumaça subir entre telhados e mangueiras e se perder no rubro do céu, o vento que não era mais tão quente como o da tarde. Desisti daquele copo de vinho, nada romântico, mas que me deixou com o choro engasgado então antes que o vento da noite gelasse meu peito desci para a sala ate que ficasse escuridão esperando meu amor subir na escuridão do meu silencio.